Em meados de 2015, estava com meu pai em Caraíva, um vilarejo no sul da Bahia, quando conheci o Mel de Cacau. Quando provei, fiquei encantada pelo sabor e pelas possibilidades. Um suco de cor clara, levemente viscoso, perfumado, com um sabor que transita entre o doce e o ácido, muito agradável, marcante e refrescante.

 

Fui pesquisar mais sobre o Mel de Cacau e como ele é produzido. O encantamento só aumentava. Busquei no mercado onde eu poderia encontrar em São Paulo e não encontrei. Fiquei convencida

de que aquele "elixir" travava-se de algo especial, raro e encontrado apenas nas regiões de lavouras de cacau.

 

Em minhas pesquisas iniciais, vi que o cacau, além de ser extremamente saboroso, versátil, refrescante e rico em nutrientes, era também desperdiçado nas lavouras por não ter valor comercial. Hoje, a indústria tem foco apenas nas amêndoas para o chocolate. O restante, a polpa e a casca, é descartado. Isso foi me instigando cada vez mais. Enxerguei nisso uma oportunidade de mercado alinhada ao meu propósito de vida: trabalhar com algo nutritivo, inovador e responsável, que fizesse bem para o planeta.

 

Peguei o carro e me joguei em Ilhéus, a terra dos livros de Jorge Amado, a famosa Costa do Cacau, na Bahia. Visitei fazendas, fui a feiras de negócios, conversei com produtores, estudantes de tecnologia de alimentos, agronomia, fazendeiros, e levei um lote experimental para São Paulo. Conheci os mais renomados bartenders e chefes de cozinha da cidade e confirmei que tinha algo valioso nas mãos.

 

Contudo, a logística da operação de trazer da Bahia um produto in natura, congelado e perecível, era extremamente delicada e complexa. Diante desse desafio e numa dessas conexões incríveis que a vida faz, encontrei uma produtora que tinha reduzido artesanalmente o suco do mel de cacau e o transformado em uma espécie de extrato de mel.

 

E foi assim, onde tudo começou…. Axé!

 

Clarissa